Blog inspirado no livro da poeta Roseana Murray, Manual da Delicadeza de A a Z e que pretende servir de ancoradouro para registros de manifestações de delicadeza no cotidiano de todos nós. Não são muitos, a vida anda muito áspera. Logo, tentemos enxergar as delicadezas existentes e quem sabe, produzir outras tantas...
domingo, 24 de janeiro de 2010
Cuida de mim (O Teatro Mágico)
Ana,
obrigada por me apresentar "O Teatro Mágico". Eu já tinha visto o site deles, mas nunca tinha ouvido. É lindo, me apaixonei.
E a música Cuida de mim é uma delicadeza só...
O Teatro Mágico - Cuida de Mim
(composição: Fernando Anitelli)
Pra falar verdade, às vezes minto
Tentando ser metade do inteiro que eu sinto
Pra dizer as vezes que às vezes não digo
Sou capaz de fazer da minha briga meu abrigo
Tanto faz não satisfaz o que preciso
Além do mais, quem busca nunca é indeciso
Eu busquei quem sou;
Você, pra mim, mostrou
Que eu não sou sozinho nesse mundo.
Cuida de mim enquanto não esqueço de você
Cuida de mim enquanto finjo que sou quem eu queria ser.
Cuida de mim enquanto não me esqueço de você
Cuida de mim enquanto finjo, enquanto finjo, enquanto fujo.
Basta as penas que eu mesmo sinto de mim
Junto todas, crio asas, viro querubim
Sou da cor, do tom, sabor e som que quiser ouvir
Sou calor, clarão e escuridão que te faz dormir
Quero mais, quero a paz que me prometeu
Volto atrás, se voltar atrás assim como eu.
Busquei quem sou
Você, pra mim, mostrou
Que eu não sou sozinho nesse mundo.
Cuida de mim enquanto não me esqueço de você
Cuida de mim enquanto finjo que sou quem eu queria ser.
Cuida de mim enquanto não me esqueço de você
Cuida de mim enquanto finjo, enquanto fujo, enquanto finjo.
quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
sexta-feira, 1 de janeiro de 2010
Seres alados
Para minha amiga Rozane, que ama os pássaros....
Lembrança alada
Em algum dia fui ave.
Guardo memóriade paisagens espraiadas
e de escarpas em voo rasante
E sinto em meus pés
o consolo de um pouso soberano
na mais alta copa da floresta
Liga-me á terra
uma nuvem e seu delseixo de brancura
Vivo a golpes
com o coração de asa
e tombo como um relâmpago
faminto de terra.
Guardo a pluma
que resta dentro do peito
como um homem guarda seu nome
no travesseiro do tempo.
Em alguma ave fui vida.
Mia Couto
Maputo, 2004.
Lembrança alada
Em algum dia fui ave.
Guardo memóriade paisagens espraiadas
e de escarpas em voo rasante
E sinto em meus pés
o consolo de um pouso soberano
na mais alta copa da floresta
Liga-me á terra
uma nuvem e seu delseixo de brancura
Vivo a golpes
com o coração de asa
e tombo como um relâmpago
faminto de terra.
Guardo a pluma
que resta dentro do peito
como um homem guarda seu nome
no travesseiro do tempo.
Em alguma ave fui vida.
Mia Couto
Maputo, 2004.
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