quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Um sonho de liberdade...


Ontem vimos mais uma vez Um sonho de liberdade. Minha amiga Rozane Suzart que tem um "blog leigo sobre cienema" (www.cinezart.blospot.com) ainda não falou sobre ele lá, mas poderia. Como é possível um filme sobre a rotina de um presídio e suas atrocidades ser delicado? Sim, quando compondo o pelotão de homens a margem do que é socialmente aceito encontramos um homem como o personagem interpretado pela gracinha do Tim Robbins, um homem essencialmente bom e íntegro. Embora sofrendo todo tipo de aviltaento moral e físico, ele não se contamina pela ruindade generalizada. Há poesia em seu jeito de existir. Penso que as pessoas mostram o que são nos momentos de adversidade. Aborreço-me quando percebo que estou mal humorada, irritada e sendo indelicada se a situação de alguma maneira me maltrata. Desejo ser nobre,mas invariavelmente fracasso. Já presenciei fracassos piores que o meu. Mas Andy, o personagem da gracinha do Tim (oi, Tim, passa lá em casa!), é impecável. Mantém vivo em um discurso de sofrimento e dor a esperança, a beleza, a amaizade...Manter vivo dentro da gente o que temos de humano e bom, mesmo que a vida apareça como um jardim de espinhos. A cena colhida no youtube é uma das minhas preferidas, quando ele brinda os ouvidos pouco acostumados com o erudito com Mozart. É uma transgressão, ele recebe de pena duas semanas de solitaria. Mas ele diz não ter ficado sozinho no confinamento, Mozart esteve com ele "no pensamento e no coração". Prescrição: filme bom para ser visto quando nossa esperança na humanidade anda em baixa....

Um comentário:

Língua Afiada disse...

Que coisa...
Fui procurar na locadora este filme, e levei uma "patada" o moço grosseramente disse: "Filme velho, a gente não quer aqui."

Fui procurar gentileza num filme e tomei uma grosseria gratuíta na vida real.

Difícil se manter nobre.